Burburinho da Vida
A vida é um burburinho que passa, ante a tempestade. Às vezes, vencemos os furacões que ela nos apresenta. Mas, em outras, perdemos.
Gosto de dizer a mim mesmo que, nesta vida, nada tenho. E o que dizem que tenho, não é meu — é apenas um empréstimo temporário da existência.
Às vezes fico quieto, conversando em pensamento comigo mesmo. Um diálogo... um monólogo infindo, de uma narrativa infundada, que não leva a conclusão alguma. Porém, ao fim da reflexão, me sinto leve, mais disposto a enfrentar a vida e o porvir.
Deitado na rede, dito versos, crio minhas canções e poesias. Tenho o violão a meu dispor, mas nem sempre o uso. As melodias nascem em minha mente. Nem sempre as canções são belas, mas em cada verso, sinto que deixo um pouco de mim.
Às vezes sinto que a vida me escapa por entre os dedos. Já vivi cinquenta e duas primaveras. Vi pessoas boas partirem cedo demais desta vida. Outras, que já deveriam ter partido desta para melhor, ainda estão por aí... Mas, apesar de tudo que já vi e vivi, ainda assim, espero poder viver muito mais. Quero corrigir meus erros, passar mais tempo com as pessoas que amo... E, se Deus permitir, ser feliz — e fazer quem amo feliz.
Se me perguntassem o que mais gosto de fazer, diria que é ler e escrever. Pois, quando estou lendo ou escrevendo, parece que o tempo paira, as dúvidas se dissipam, o mundo parece mais habitável. Se eu pudesse pedir alguma coisa a Deus, além de tudo que Ele já me deu — uma esposa para amar, um teto para chamar de lar — eu só pediria um pouco mais de tempo...