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O INGRESSO do Dr. Ladislau ocorreu em um momento sombrio. Quando a carruagem estacionou diante da residência, a estática dos servos, alinhados com resignação, indicava a ocorrência do infortúnio. Corisco desembarcou e ascendeu rapidamente os degraus, enfrentando a escadaria de dois em dois. Ao alcançar o hall de entrada, foi interceptado pelo mordomo.
- Meus pêsames, senhor. Ela repousou.
Corisco precipitou-se pela escada que conduzia ao segundo pavimento. Ao adentrar o quarto, defrontou-se com sua mãe recolhida em seu leito, as mãos meticulosamente dispostas sobre o peito. Ajoelhou-se junto à cama.
- Mamãe! Minha mãe! Perdoe-me por não ter logrado chegar a tempo; fiz o máximo que pude!
Lamentava como uma criança à beira do leito derradeiro materno. Sua irmã, proveniente da fazenda vizinha, ingressou no recinto, testemunhando a aflição fraternal. Fortaleceu-se, envolvendo-o por trás e proferiu:
- Ela compreende que realizou todos os esforços possíveis. O sofrimento a consumia; agora, ela descansou.
- Mas sequer pude despedir-me!
-Está tudo bem, meu irmão. Ela compreende... venha comigo, lá fora, respire um pouco de ar fresco, pois ela precisa ser preparada para o velório.
Continua...