ANDRÉA SE VIU num impasse, dizer ou não dizer a seu chefe que Ramalho provavelmente era um informante de Takeshi, por isso sempre que moviam um passo contra os Nakamura, sempre terminavam de mãos vazias.
Embora ela mesma estivesse balançada quanto a seus sentimentos para com Takeshi, ela não podia ir contra o juramento que fez em sua formatura. Ela ouviu a gravação mais uma vez. Enquanto ouvia a gravação, ela repetiu mentalmente seu juramento.
“juro, pela minha honra, que envidarei todos os meus esforços no cumprimento dos deveres do policial federal, exercendo minha função com probidade e denodo e, se necessário, com o sacrifício da própria vida”.
Quando o áudio terminou, Andréa estava com os olhos rasos d’agua. Duas lagrimas solitárias correram por sua face. Ela respirou fundo mandou o áudio no e-mail de seu chefe e, em seguida ligou. Fred atendeu no segundo toque.
- Alo!
- Boa noite doutor, e a agente Martines.
- Ok! Aconteceu alguma coisa? Você está em perigo? Já acionou o seu apoio?
- Não, doutor. Preciso que o senhor me escute com muita atenção. O senhor está em um local seguro?
- Sim estou em minha sala e sozinho.
Ela soltou a bomba, sem rodeios.
- Doutor, creio que o agente Ramalho e a fonte dos Nakamura no departamento.
Fred deixou o corpo cai para trás, no encosto da cadeira, como se estivesse levando um soco no queixo.
- Você tem certeza disso?
- Eu gravei a conversa com Takeshi como o senhor me orientou. Eu te passei o áudio em seu e-mail.
- Dê-me um minuto que vou ver o e-mail.
Ela aguardou na linha até que Fred ouvisse a mensagem.
Ao terminar de ouvir o áudio, Fred respirou fundo, passou a mão sobre o cabelo. Ele voltou o celular ao ouvido.
- Desgraçado, ele ferrou com tudo esse tempo todo. Rato miserável! Onde você está Martines?
- Estou no AP.
- Não saia daí. Vou mandar rastrear o carro do Ramalho. Também vou mandar uma equipe para o seguir a distância. Hoje eu acabo com esse miserável.
- Mas é bom está preparado doutor, pois não sabemos se Takeshi vai a esse encontro sozinho ou com os seguranças.
- Não se preocupe. Hoje os dois vão ser presos.
Andréa desligou o celular e o deixou cair sobre o sofá. Ela juntou os pés sobre o sofá e enterrou a cabeça sobre os joelhos. Ela tinha certeza de estar fazendo a coisa certa, mas sentia um aperto em seu coração.