LEILLA ADENTROU a sala de interrogatório sem olhar para o preso, ela puxou a cadeira e se sentou. jogou a pasta que trazia a mão sobre a mesa.
- Bom dia Sr. João Paulo. – Começou ela, tentando parecer amigável - Nós sabemos que o senhor tem esposa e filhos, uma menina de seis anos e um menino de dois anos. O senhor tem passagem por assalto a mão amada, o senhor também, tem uma acusação de venda de entorpecentes; mas não houve penalidade por falta de provas material. Sr. João, agora temos evidências de que o senhor esteve envolvido no tiroteio ocorrido ontem, na emigrante. Tudo indica que vocês tentaram sequestrar o empresário Takeshi Nakamura.
A delegada deu uma pausa, abriu a pasta a sua frente, tirou as fotos do furgão e dos três mortos e as empurrou uma a uma, para a frente do preso. João olhou para as fotos por um breve momento, e, as empurrou para o lado.
- Eu só era o motorista... Pode verificar melhor a minha fixa que a doutora vai ver que tenho emprego fixo em uma empresa de ônibus, só fui contratado para dirigir, não sabia do que se tratava ou que eles iam atirar em alguém.
- O senhor espera que eu acredite nessa história?
- Estou dizendo a verdade doutora!
- Veja bem, Sr. João, com seu histórico, vamos fazer um cálculo rápido. Assalto a mão armada, tentativa de sequestro, atirar contra polícias... Nós não estamos interessado no senhor, mas sim, em seu chefe.
- Mas que chefe doutora... Já te disse, só fui contratado para dirigir, não conheço chefe nenhum.
- Ok, com seus antecedentes, você pode pegar de 12 a 20 anos. Mas tudo isso pode ser reduzido para, de um a três anos no máximo, mas tudo bem, você vai ficar preso por um bom tempo. Eu tentei ajudar, mas você fez sua escolha.
Leilla se levantou foi para a porta. Mas antes que ela pudesse tocar a maçaneta ele gritou.
- Está bem, eu conto tudo.
A delegada sorriu e voltou.
- Muito bem Sr. João, sabia decisão. – disse ela ao sentar-se à mesa novamente – pois bem, só relembrando, dos seus direitos, quando o senhor foi detido, foi lido os sus diretos. E tudo que o senhor disser está sendo gravado e poderá ser usado contra o senhor no tribunal, e, o senho tem o direito a um advogado.
- Sim, estou ciente dos meus direitos.
- Ok, sou toda ouvidos.
- O que a doutora quer saber.
- Comece do princípio, por exemplo; quem é seu chefe? Porque vocês atacaram o Sr. Takeshi?
- As ordens vieram de cima.
- Que ordens? quem as deu?
- Calma doutora, eu já estou morto mesmo, então tenha calma e ouça.
A delegada meneou a cabeça e gesticulou para que ele prosseguisse.
- A doutora não sabe no que está se metendo, eu trabalho para uma pessoa muito perigosa e muito, muito poderosa. No submundo eles a chamam de tentáculo. Ela está envolvida em tudo que se possa imaginar... Em tudo que se possa ganhar e lavar a maior quantia. Desde tráfico de influência a tráfico de drogas. Pelo que dizer, tem vários políticos, juízes e advogados no bolso. Ela está envolvida em tudo e sabe de tudo.
- Me dê um nome, eu julgo se Pessoa é alguém perigosa ou não.
João gargalhou, com uma risada nervosa e sarcástica.
- Nunca a vimos, tem um leão de chácara, ele é um nigeriano, um homem muito mal. Já vi ele decepar a mão de um homem só porque ele não soube explicar por que estava faltando dez mil em uma das sacolas que fomos buscar.
- De onde vinha essas. Sacolas? Quanto de dinheiro tinha nelas?
- Pegávamos cada dia em lugar diferente, éramos avisados uma hora antes e não podia ocorrer atrás.
- Meu Deus! Isso está parecendo novela mexicana. Sr. João Paulo, eu não deveria dizer isso, mas aconselho que o senhor faça uma ligação para um bom advogado, você vai precisar.
- Bem doutora, creio que, ele não chegará a tempo.
- Como queira.
Leilla juntou as fotos, as pôs na pasta e saiu da sala, precisava confirmar algumas das informações que acabara de receber.