FelipeFFalcão

Contos versos e poesias

Textos


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DIZEM QUE NA VIDA nada é por acaso, que existe um ser supremo que manobra tudo, que pode manobrar as coisas a seu bel-prazer, porém, nessa brincadeira de deus usando uma potente lupa desde o céu ou Olímpio, para observar as formiguinhas “nós os seres humanos”, e nem sempre é coerente, pois, muitos de nós passamos por situações adversas, e ele parece não ver ou se importar.

 

Toni, estava se sentindo assim ao dirigir de volta para casa, sentia-se uma marionete nas mãos de alguém poderoso. E no seu íntimo, se perguntava se ele não estava servindo de uma marionete nas mãos de sabe lá quem, e para benefício de quem?

 

Ele embicou o carro para a entrada de sua residência, apertou o botão do controle, o portão se abriu, mas Toni não acelerou. Estava preso em seus pensamentos.

 

Aos sábados, normalmente ele ia para o rancho com sua esposa, deixava o celular desligado para nada lhe tirar a paz. Naquela manhã, ele não pode ir para o rancho, porque sua sogra passou mal e foi hospitalizada durante a madrugada.

 

Seria coisa do destino?

 

Enquanto estava em meio aos seus pensamentos, ele percebeu um clarão atrás de si, mas não deu atenção de imediato, até que ouviu a buzina atrás de si. Ao olhar pelo retrovisor, viu que era o carro de sua esposa, ele acelerou, sua esposa o seguiu. Já na garagem, ambos saíram do carro, sua esposa correu para ele e o abraçou. Chorando ela disse:

 

- Ela se foi.

 

- Ah não, querida! Que draga, me perdoe pôr a ter deixado sozinha, eu deveria ter dito não, deveria ter ficado com você.

 

- Não se martirize amor, é o seu trabalho. Mas ela não sofreu, teve uma morte serena.

 

Toni a abraçou forte a levou para dentro.

 

- Quer que lhe prepare um banho?

 

- Sim, preciso tirar este cheiro de hospital, este cheiro de morte que está impregnado em mim.

 

Ela voltou a chorar.

 

- Se acalme querida, vamos, vou cuidar de você.

 

- Eu preciso de calmante, não sei, alguma coisa para dor de cabeça.

 

- Você se alimentou hoje?

 

- Tomei dois cafés... No hospital e na funerária.

 

- Ok, primeiro banho, depois vou te preparar uma omelete e uma dipirona.

 

SATO E ANNE, estavam no teatro Renault assistindo ao musical Lés Misérables. Anne estava se divertindo, mas Sato, estava preocupado com as repercussões que o incidente de trânsito com seu irmão poderia ter sobre seus negócios.

 

Quando terminou o último ato, Sato aplaudiu automaticamente. Do teatro eles foram para um barzinho, tomaram três drinks e foram para casa.

 

Era meia noite, quando chegaram em casa.

 

Naquela noite Sato, não dormiu direito, talvez horas, minutos. Ele levantou cedo, na madrugada de domingo, as quatro horas ele já estava a caminho do escritório. Ele foi para o computador, leu todos os jornais até às seis da manhã, nada de extraordinário, apenas uma nota sobre os mortos no pedágio da Imigrante e um quarto elemento que ainda não havia sido preso, mas que era questão de tempo. O nome de Takeshi nem era mencionado.

 

Era tudo muito estranho.

 

A DELEGADA estava em sua sala olhando para o quadro disposto na parede, a foto de Takeshi estava no topo, a de Sato a direita, pouco mais abaixo, a esquerda a foto de Andréa a esquerda com uma interrogação. Logo abaixo várias fotos de pessoas, todas com uma linha que ligava a Takeshi. Leila estava sentada sobre a mesa, de braços cruzados, ela segurava o queixo com uma das mãos. Enquanto ela estava absorta em pensamento, tentando encontrar a peça central daquele quebra-cabeça, quando bateram à porta de sua sala.

 

Era um dos seus subordinados.

 

- Delegada, acabaram de prender o fugitivo em uma farmácia em Santo Amaro, ele estava comprando analgésicos, anti-inflamatórios, gases e esparadrapos.

 

- Ótimo, quando ele chegar, eu mesma quero interrogá-lo.

 

- Ok doutora.

 

As nove horas, três viaturas chagou a delegacia, trazendo o preso.

Felipe Felix
Enviado por Felipe Felix em 01/09/2022
Alterado em 05/09/2022
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