PARECIA CENA DE FILME DE HOLLYWOOD. Era uma caravana de viaturas, em alta velocidade. Takeshi parou o carro junto ao canteiro central da Imigrantes. Não demorou muito, duas viaturas da civil pararam no local. Depois de muitas explicações sobre o ocorrido, os peritos chegaram ao local para periciar o carro de Takeshi. Uma hora depois, o Porsche Cayenne, com lataria e vidros crivados de balas foi guinchado para o pátio da polícia. Takeshi e Andréa foram conduzidos para o 36º Distrito policial- vila Mariana.
Takeshi e Andréa foram colocados em salas separadas.
Takeshi estava inquieto mentalmente, porém, procurava transparecer calmo, pois, sabia que estava sendo observado, e, não era a primeira vez que ele se via em uma sala de interrogatório. Tudo que ele queria era entender o que havia acontecido. Ele tinha conquistado muitos inimigos ao longo da vida, mas quem se atreveria a atacá-lo a plena luz do dia? Será que foi apenas uma tentativa de sequestro? Se fosse, alguém teria vazado informação dos seus passos? O que ele não sabia era que desde que contratara o Hacker Cinquenta Centavos, ele era monitorado o tempo todo, e, a cavalaria já estava a caminho.
Depois de vasculhar sua mente a procura de uma explicação, ele cruzou os braços e relaxou.
Do outro lado do vidro, a delegada Leilla o observava.
- Quem diria que um dia eu teria o grande Takeshi Nakamura em minha sala de interrogatório! – disse ela para o agente que o trouxera para a delegacia. - O que foi que aconteceu mesmo?
- Na verdade foi uma coincidência, nós estávamos nas imediações quando ouvimos pelo rádio que estava tendo um tiroteio na imigrante sentido litoral, um furgão preto estava perseguindo uma Porsche na contramão, e que os perseguidores estavam usando armamento pesado. Não é todo dia que ouvimos isso pelo rádio. Fomos para lá em duas viaturas. Do nada, ou por um golpe de sorte nos deparamos com o Porsche no canteiro central, crivada de balas, os ocupantes ainda estavam no local. Se identificaram como Takeshi e Andréa.
- Disseram o que aconteceu?
- Não, apenas que foram fechados por um furgão preto, que em seguida, as portas de trás se abriram e os ocupantes portando submetralhadoras começaram a disparar contra eles. Nós chamamos os peritos analisarem o veículo, no ínterim, os militares que atenderam a denúncia se juntaram a nós, nos informando que os supostos bandidos do furgão foram mortos próximo ao pedágio, e que apenas um empreendeu fuga, mas que estavam no encalço dele, a prisão do mesmo era questão de horas, pois, os rastros deixados por ele, indicava que ele estava ferido. Como já estávamos periciando o carro das vítimas eles deixaram essa parte da investigação conosco. Aí nos trouxemos o casal para a delegacia. O Porsche está no pátio, para uma investigação mais detalhada dos fatos.
- Ok, vou interrogá-lo, quem sabe consigo entender o que aconteceu.
- E quanto a moça?
- Vê no sistema se ela tem passagem, depois vou interrogá-la também.
- Ok.
Leilla adentrou a sala de interrogatório.
- Boa tarde Sr. Takeshi, sou a delegada Leilla. – disse ela se sentando a mesa, de frente para Takeshi – o senhor aceita uma água ou um café?
- Não obrigado. Sabe me dizer onde está a minha amiga?
- Ela está em outra sala, logo poderá vê-la. Mas antes, eu gostaria de entender o que aconteceu.
Takeshi já havia observado a delegada, no momento que ela entrou. Eram uma mulher bela, morena, na casa dos trinta e cinco a quarenta anos. Corpo belo, um bumbum lindo, empinado. Ela usava calça jeans preta, bem colada ao corpo. Uma blusa de malha, também preta, e agora que ela estava sentada a sua frente. Ele podia jurar que ela não estava usando sutiã, pois, o distintivo pendurado sobre seu pescoço, pressionava o tecido, fazendo com que o bico de seus seios ficassem salientes sob a camiseta. Takeshi desviou o olhar dos seios dela e se concentrou no rosto. O que também era uma obra de arte. Boca carnuda, nariz bem afilado, olhos castanhos claro, cor de mel.
Depois de uma análise, daquele espécime feminino a sua frente. Takeshi tentou se concentrar apenas no olhar da delegada, o que era difícil fazer sem sentir uma certa corrente de calor percorre seu corpo. Pois ela emanava uma energia excitante.
- Creio que tudo aconteceu como seus agentes lhe disseram – disse Takeshi, casualmente -. Nós estávamos nos dirigindo para o litoral, quando nos fecharam e começaram a atirar em nós.
A delegada abriu a pasta que havia colocado sobre a mesa, conferindo as imagens do Porsche crivado de balas. No momento que ela perguntou.
- O senhor imagina quem fez isso, ou por quê?
Aporta da sala de interrogatório se abriu, Toni Ferrari adentrou, dizendo.
- Não diga mais nada Dr. Nakamura!
A delegada se levantou abruptamente.
- Quem é o senhor, para invadir sem ser anunciado, aqui é uma sala de interrogatório?
Um agente entrou em seguida, esbaforido.
- Desculpe doutora, eu tentei impedi-lo.
Ela apenas gesticulou para que o agente fechasse a porta.
- Este interrogatório acabou. – disse Toni.
- Nós apenas estávamos começando a conversar, mas tudo bem... seu cliente pode ir, porém, o veículo fica, agora ele faz parte da investigação. Ou vocês também não querem que investiguemos o ocorrido?
- Tudo bem, - disse Takeshi – e minha amiga, está liberada também?
Toni não disse nada, pois fora solicitado apenas para ir em auxílio de Takeshi, não sabia nada sobre uma segunda pessoa.
- Sim, ela também pode ir.