A CASA DO TIO DE SATO, ficava em uma área nobre do Ipiranga. O terreno compreendia em dois mil e quinhentos metros quadrados. Área construída, oitocentos metros, com piscina e área gourmet. Sato pensou que o jantar seria só para ele e a esposa, mas , ao chegarem a entrada, logo viu que quase toda a família Nakamura estava presente. Vários carros estacionados no subsolo. Ao longe se ouvia o som de música e muitas vozes. Hiroshi os recebeu no hall de entrada, com forte abraço e tapas nas costas. Fez gracejos para a mais nova integrante do clã Nakamura, com caretas e risos.
- Como se chama essa princesa? Perguntou ele a Anne, esposa de Sato.
- Michiko Nakamura Sales.
- O seu nome condiz com você criança, pois você e linda – disse Hiroshi tocando nas bochechas de Michiko.
Ele olhou para Sato, que inclinou a cabeça em reverencia, como que agradecendo pelo elogio rendido a sua filha.
- Não façam cerimônia, vamos entrando, todos estão no jardim, fiquem a vontade, a Ayumi está ansiosa para vê-los.
Novamente, tio e sobrinho se reverenciaram e Sato seguiu com a esposa e filha para o jardim.
Os homens estavam nas mesas do lado esquerdo da piscina, as mulheres do lado direito. Sato foi para a ala dos homens, cumprimentou os primos tios e irmãos que não via a meses. Ele estava curioso, pois noventa por cento da família estava presente. Depois de cumprimentar todos, ele se sentou a mesa que estava seu irmão Takeshi.
- Quanto tempo não nós vemos – disse Takeshi.
- Faz uns oito meses. Na verdade, a última vez que estávamos todos juntos, foi no enterro da tia Miuk.
- Verdade.
- E você como está indo com a construtora?
- Está mais ou menos, hoje uma das obras do litoral foi paralisada. Um funcionário se acidentou, caindo do oitavo andar.
- Caramba! Mas foi acidente mesmo ou tentativa de suicídio?
- Ainda não sei, meu advogado foi para lá, está aguardando o resultado da perícia.
Ficaram em silencio.
- Soube que você está querendo ampliar seus negócios, está querendo aventurar no ramo de análises clinicas
- Como você soube disso?
- Tenho meus contatos... Mas me conta qual é a jogada.
- Nada demais, apenas quero diversificar um pouco.
- Posso entra nessa com você?
Sato ponderou por um momento, pois, Takeshi não tinha escrúpulos, para ele o que importava era ganhar dinheiro, lucro e mais lucro, mesmo que para isso alguém tivesse que morrer... Ele sempre ganhava. Havia boatos de que ele estava envolvido em todo tipo de jogos ilícitos, dentre outras coisas. Desde jogo do bicho a caça Nike a assalto a banco. Sato estava com problemas de caixa, qualquer cifra com oito dígitos seria bem vinda.
- Sim, mas você espera ter retorno em quanto tempo? Porque este tipo de investimento, tende a oscilar, na maioria das vezes você começa a ter lucro um ano depois.
- Sem problemas. Na verdade eu não quero que meu nome apareça em lugar nenhum. O que tenho para te propor e um negócio que você só tenha a ganha. Vamos dar uma volta pelo jardim que lhe explicou melhor.
- Com licença rapazes – disse Takeshi, já se levantando.
Sato fez o mesmo e o seguiu.
Quando já próximo ao um pequeno aquário, no qual o tio Hiroshi criava almas espécimes de peixes. Takeshi olhou em torno para se certificar de que eles poderiam falar sem serem ouvidos. Ele prosseguiu.
- Vou investir trinta milhões na sua empresa. , porém, não quero nada em troca, você me devolve em dez vezes. Dois milhões por mês.
Sato ficou desconfiando. Como seu irmão iria investir Trinta milhões sem querer nada em troca, a não ser apenas quarenta por cento do dinheiro de volta? Era estranha a proposta, todavia tentadora.
- A matemática não bate. Você vai me emprestar trinta milhões e recebera só quarenta por cento de volta. Isso não existe!
- É pegar ou largar... eu tenho um dinheiro parado, e preciso fazê-lo circular. Mas eu não posso fazer isso diretamente. Como você está sempre movimentando cifras muito alta, ninguém vai suspeitar.
- Tá ok, aceito a sua proposta, porém, como este valor vai entra em minha conta sem me causar problemas com a receita!
- Isso é simples, amanhã você vai abrir uma conta no Banco Safra, me passar o número dessa conta, eu transfiro 30 milhões para ela. O gerente é meu amigo. Ele vai fazer uma documentação constando que você fez um empréstimo com o banco. O resto é com você. Todo mês você me devolve dois milhões. Durante dez meses. No final você vai ter capitão para investir e ainda ganha 10 milhões. Em troca, nesse um ano você coloca a minha filha como sua socia, ele acabou de se formar em Biologia. Toda a receita da empresa fica por minha conta, e ao fim de um ano você pode tirá-la da sociedade. E cada um segue seu caminho financeiramente falando.
- Por que você está fazendo isso?
- A verdade é que nem todo o meu dinheiro vem de fontes legais, eu preciso torná-lo legal.
- Em outras palavras, você quer usar a minha empresa para lavar seu Dinho.
- Você entendeu perfeitamente o processo.
Silêncio.
- Mas você, só tem a ganha – continuou Takeshi – e pelo que soube, você está com problemas de fluxo de caixa. A oferta vele até o fim do jantar.
Sato, ponderou, mas por fim aceitou.
Eles voltaram para a mesa, junto aos demais.
DEPOIS DO JÁ, Tio Hiroshi o com vidou ao seu escritório, por um drink particular. Sato percebeu que o assunto era sério. Pois, Hiroshi só convidava alguém a seu escritório para falar de morte ou de dinheiro.
Hiroshi sentou-se em sua cadeira e indicou a afrente da mesa para Sato. Em seguida gerou o corpo sobre a cadeira em 45 graus, pegou uma garrafa de Sakê pegou uma Gekkeikan Black & Gold 2010, dois copos servil uma dose para si e outra para Sato. Empurrou a dose de em direção a ele. Erguendo o copo ele disse.
- Hai.
Sato fez o mesmo e ambos viram a aguar ardente goela abaixo.
- Filho, sou que você está tendo problemas de caixa.
- Tudo mundo sabe de tudo, que acontece na minha vida, você estao me vigiando?
- Fica calmo, não e dada disso. É a gerente do seu banco é minha gerente também. Ela comentou que você foi lá fazer um empréstimo, foi assim que soube.
Eles ficaram calado por um momento.
- Sato – continuou Hiroshi -, sei que você nunca quis nos envolver em seus negócios, mas somos família, você pode contar comigo sempre.
- Perdão tio, é que como ninguém gostou quando me casei com uma brasileira, então quis seguir sozinho.
- Os tempos mudaram sobrinho. Soube que você que aventurar no ramo de laboratórios. Você entende de laboratórios?
- Mais ou menos. Mas o negócio tem uma grande equipe de profissionais, e seu eu comprar, o admirativo atual vai ficar um ano conosco, para que haja uma transição suave.
- Entendi. Se você sabe o que está fazendo... eu gostaria de investir dez milhões.
- Como assim?
- Investir no seu empreendimento.
- Mas e se eu me der mal, ambos saímos perdendo.
Hiroshi sorriu.
- Você não vai se dar mal, você tem visão para negócio. Me lembro quando você disse que iria abrir uma construtora a doze anos atras, você começou com um lote 10x50, fez cinco sobrados e vendeu todos na planta. Hoje você tem contas tores em construção?
- Cinco tores de 12 andares cada uma, com quatro apartamentos por andares.
- Eu acredito em você. Me deixa ter uma fatia desse bolo?
- Está bem tio, mas o Takeshi também está nessa.
- Como?
- Ele quer que a filha dele seja minha socia, por um ano. De início ele vai investir vinte milhão, fim de um ano e devolvo o valor para ele, posso tirar a sobrinha da sociedade, se eu quiser.
- Humm... ele quer que a menina comece por cima, a para que ela ganhe credibilidade em sua aria, já que ela acabou de se formar... bem esperto ele.
Sato, não disse a verdade e nem pretendia dizer.
- É isso tio. Mas faz o seguinte passa lá no meu escritório amanhã, que nós podemos ver os projetos desse investimento juntos, se depois de analisarmos os números o senhor ainda quiser investir, podemos assinar a papelada assim que o Dr. Samir voltar de viagem. Ele foi aos emirados árabes resolver um assunto de família.
- Está bem, na segundo eu ire ao seu escritório.