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SOBRALIA, NORTE DE MINAS – NAS CERCANIAS DO VALE DO RIO DOCE.
Claudio dormia profundamente, estava sonhando com sua amada Célia. Passeando pelo sítio, a trinta anos atrás. Colhendo ovos de galinha da angola pelo pasto ao entardecer. Célia estava linda, como uma morena brejeira, em um vestido florido, sobre a cabeça um sombreiro. A cada ninhada de ovos que encontravam, eles festejavam, com beijos, abraços e palavras de elogios.
Em meio aquele sonho nostálgico. Claudio ouviu uma voz masculina o chamar, insistentemente. Eram o mordomo da casa. Claudio abriu os olhos, ainda preso a imagens do sonho. Por fim, a imagem do homem trajando terno preto, camisa branca e gravata azul, em pé ao lado de sua cama, o trouxe a realidade.
- Bom dia Dr. Claudio, a mesa do café já está posta, quer que seja servido aqui no quarto ou vai se juntar aos demais.
Claudio refletiu por segundos antes de responder, ele estava curioso para saber o porquê de tantas pessoas terem chegado à casa, no decorrer da noite.
-Em quinze minutos me juntarei aos demais.
- Como queira doutor. Ao sair do quarto, o doutor segue o corredor a direita desce as escadas, segue em frente, o desjejum está sendo servido na segunda sala na ala sul.
- O.k., devo usar terno e gravata?
- Sim, pois, após o café todos iram para a sala de reunião, o Dr. Klaus Kofer, os aguardam.
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Ao entra a sala indicada para a reunião, Cláudio ficou surpreso. Havia ali, dose homens sentados em torno de uma grande mesa de reunião. Klaus estava sentado, tendo respiradores nas narinas e ao se lado, um balão de oxigênio. Sentado ao canto da sala, havia uma enfermeira, o observando, provavelmente para eventuais complicações respiratória.
De imediato, passou um filme sobre a cabeça de Cláudio. Ele recordou momentaneamente, a reunião que tivera no banco, a trinta anos atrás. Reunião essa que lhe mudou toda a vida.
- Sente-se Cláudio, - disse Klaus, com uma voz afônica.
Ele usava um pequeno microfone próximo a boca, para potencializar sua voz.
– Ficou impressionado em me ver assim? – continuou ele - Este é um dos motivos de os tê-los convocado para essa reunião.
Ele começou a tossir ruidosamente. A enfermeira veio em seu auxílio, mas ele gesticulou com a mão e ela volto para seu assento.
Tendo passado a crise, ele prosseguiu a narrativa.
- Bom dia a todos. O motivo de tê-los convocados para essa reunirão é que estou com câncer em estado terminal. Tenho de dois a três meses de vida. Eu estou morrendo. Tenho três filhos que nunca se interessaram pelo patrimônio da família. Não os vejo a uns dez anos. Desde que minha esposa morreu. Eles nunca mais me procuraram. Por tanto, quero vender todas as minhas empresas, no Brasil e exterior. Todos os imóveis exceto essa propriedade.
Todos os presentes, ficaram visivelmente perplexos com aquelas notícias.
-E por último, - continuou ele - não menos importante, quero que você Claudio fique encarregado por todo meu espólio. Alterações do novo testamento e, por último.... Quero que contrate um investigador para localizar um filho que tive com uma de minhas empregadas na unidade de são Paulo.
Ele respirou fundo. Olhando para o olhar perplexo dos a li presentes, ele concluiu.
- Todos estão dispensados. Se desejarem, pode usufruir das dependências da propriedade. Os que quiserem retornar para suas casas. Ou países. Falem com o Manfred... Que ele providenciará o transporte.
Claudio ia se levantando, para se retirar, mas Klaus o impediu.
- Dr. Claudio, Fique, pois, teremos muito trabalha pela frente.
Todos, foram saindo da sala sussurrando entre si sobre o tudo que acabaram de ouvir.
Continua...